sexta-feira, 7 de junho de 2013

Coronelismo



Coronelismo


O coronelismo era uma prática política durante a República Velha, que consistia na manipulação dos coronéis na política. Este período foi pesquisado pelo escritor Victor Nunes Leal em sua clássica obra Coronelismo, enxada e voto (1976), na qual ele pretendia analisar o sistema político e a figura do “coronel”.
O coronelismo foi caracterizado pelo grande poder exercido pelo coronel, que influenciava a vida nas fazendas, oligarquias e partes rurais desta época, sendo que esta força política ainda sobrevive em algumas partes do Nordeste de hoje.
 O título de coronel no Brasil vem da época da Guarda Nacional, criada em 1831, com a finalidade de proteger a constituição do império. Com o governo central da republica controlando esses indivíduos, logo a corrupção passou a dominar esse sistema.
 Sem vigilância direta, o coronel se tornou um título de “nobreza”, podendo até mesmo cometer invasão domiciliar, sendo protegido pelo seu partido aliado. O mundo do coronel era sempre de um lugar de muita pobreza e escassez, em alguns casos de pobreza absoluta, fazendo com que muitos dependessem, assim era raro alguém se opor a ele.
Com todo esse poder local, o coronel facilmente manipulava o voto do cidadão, obrigando-os a eleger o deputado de seu partido em troca de favores, como: comida, vagas em hospitais, bolsas de estudos e etc. Entretanto, a troca de favores não era a opção mais comum, geralmente os coronéis ameaçavam os camponeses para votar no deputado e contratavam capangas para espancar, ou até mesmo atirar naqueles que não o fizessem.
Caso algum coronel de algum município se opusesse a um coronel do estado, esse sofreria cortes de verbas para o município, que gerariam perda de votos e, portanto, fazendo com que a eleição de coronéis da oposição fosse um feito raro, pois em caso da vitória deste, a máquina político-administrativa governamental trabalhava contra ele na política, no fisco, na justiça e na administração. Uma vez eleito, o opositor precisava de recursos, estes dificilmente viriam sem concessões.
Nos municípios mais ricos, com o aumento da cultura política da população, começou a haver certa oposição ao coronelismo.
Com a Revolução de 1930 e a entrada de Getúlio Vargas na presidência começou um processo de perda de força do coronelismo, grande parte da população rural passou por um lento processo de deslocamento para os centros urbanos, impulsionados pela industrialização do país. O acesso à educação e a fácil comunicação aumentaram o nível cultural da população, e consequentemente a sua politização. Como os eleitores se tornaram mais críticos, os coronéis perderam seu poder, porem nas áreas rurais os coronéis encontraram uma nova forma de manipular os votos, o chamado voto de cabresto, além de utilizar diversas outras formas de conseguir votos, como votos peregrinos ou eleitores-fantasmas.

HOJE


O que é mais praticado hoje é o chamado “coronelismo eletrônico”. Com a grande quantidade de mídia eletrônica em lugares com baixo nível educação e informação, acabam criando diversas modas e costumes, implantadas por essas redes.
O ex-senador Antonio Carlos Megalhães, quando ministro da Comunicação do governo de José Sarney, distribuiu canais de radio e de TV a todos os políticos regionais, especialmente para o Norte e Nordeste do país, articulando a filiação desses canais a grandes e influentes redes de TV, criando assim a relação crescente entre o poder político e da mídia que desvirtua a democracia brasileira.


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